2. Empatia na relação médico-paciente

Em todo contexto que envolva a relação médico-paciente é importante falarmos sobre a EMPATIA, um outro elemento chave da comunicação médica. Essa habilidade tem ganhado status de condição sine qua non para a construção de bons relacionamentos interpessoais, e entender mais sobre ela é vital para compreendermos como estabelecer uma boa relação médico-paciente. 


Empatia na relação médico-paciente


“I’ve learned that people will forget what you said, people will forget what you did, 

but people will never forget how you made them feel.” 

Maya Angelou


A empatia, tal qual a conhecemos hoje, pode ser definida como a habilidade cognitiva e emocional de compreendermos (empatia cognitiva) e sentirmos (empatia emocional) o que o outro sente. 

Podemos dizer que a empatia é a nossa capacidade de mobilização para o outro. Ela desempenha um papel interpessoal e social crítico, permitindo o compartilhamento de experiências e necessidades entre os indivíduos, proporcionando a formação de um vínculo emocional que promove o comportamento pró-social. 

Por muito tempo, acreditou-se que a empatia era uma habilidade inata e, portanto, que não poderia ser ensinada ou aprendida. No entanto, importantes estudos na área mostraram que essa competência humana é mutável e pode ser treinada e aprimorada, especialmente em profissionais de saúde. 

A comunicação médica empática está associada a muitos benefícios, incluindo a melhora da experiência do paciente, a maior taxa de adesão às recomendações de tratamento e a melhores resultados clínicos. Adicionalmente, também está relacionada com uma redução da taxa de questionamentos judiciais por erro ou negligência médica. Apesar disso, estudos têm sugerido  que a empatia pode diminuir durante a formação médica e durante a prática médica, e que diversos fatores podem estar envolvidos neste achado.

Um ponto a ser considerado é o conceito de autoempatia, um fenômeno frequentemente negligenciado, porém fundamental para garantir que os profissionais de saúde tenham as condições neuropsíquicas e biológicas para permanecerem empáticos com os outros. Quando estamos emocionalmente sobrecarregados ou nos sentindo explorados ou esgotados, nossa capacidade empática diminui. Por isso, é fundamental que, enquanto profissionais de saúde, tenhamos atenção à autoempatia e ao autocuidado, visando a manter níveis saudáveis de empatia.