Determinantes sociais da saúdeSegundo Buss e Pellegrini Filho (2007, p. 78) As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS)
expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente
bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos
indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação
de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da
Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais,
étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a
ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A
comissão homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma
definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em
que as pessoas vivem e trabalham. Nancy Krieger (2001) introduz um
elemento de intervenção, ao defini-los como os fatores e mecanismos
através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que
potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas em
informação. Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastante
sintética, ao entendê-los como as características sociais dentro das
quais a vida transcorre. Referências Buss, Paulo Marchiori e Pellegrini Filho, Alberto. A saúde e seus determinantes sociais. Physis: Revista de Saúde Coletiva [online]. 2007, v. 17, n. 1 [Acessado 27 Janeiro 2022] , pp. 77-93. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-73312007000100006>. Epub 21 Ago 2007. ISSN 1809-4481. https://doi.org/10.1590/S0103-73312007000100006. |
MedicalizaçãoSegundo o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP - SP): "Entende-se por medicalização o processo que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas de diferentes ordens são apresentados como 'doenças', 'transtornos', 'distúrbios' que escamoteiam as grandes questões políticas, sociais, culturais, afetivas que afligem a vida das pessoas. Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos. Nesse processo, que gera sofrimento psíquico, a pessoa e sua família são responsabilizadas pelos problemas, enquanto governos, autoridades e profissionais são eximidos de suas responsabilidades. Uma vez classificadas como 'doentes', as pessoas tornam-se 'pacientes' e consequentemente 'consumidoras' de tratamentos, terapias e medicamentos, que transformam o seu próprio corpo no alvo dos problemas que, na lógica medicalizante, deverão ser sanados individualmente. Muitas vezes, famílias, profissionais, autoridades, governantes e formuladores de políticas eximem-se de sua responsabilidade quanto às questões sociais: as pessoas é que têm 'problemas', são 'disfuncionais', 'não se adaptam', são 'doentes' e são, até mesmo, judicializadas." Fonte: http://www.crpsp.org.br/medicalizacao/manifesto_forum.aspx |